terça-feira, 17 de agosto de 2010

Roteiro: Riacho Grande - Paranapiacaba

Introdução
Saindo de Riacho Grande (São Bernardo do Campo - SP), meu plano era transpor um percurso misto de asfalto e terra, ainda desconhecido por mim, até Paranapiacaba (Santo André - SP). Após 1 semana de chuvas, apenas o dia anterior fez sol e eu sabia que não seria suficiente para secar a estrada e provavelmente enfrentaria um caminho com muita lama. A distância percorrida entre os dois pontos é pequena e com pouca elevação. Se não fosse a quantidade de lama, seria um passeio bem tranquilo.
Pelo Caminho do Mar
Já quase pronto para partir, o capacete ficou bem justo ao vestí-lo por cima da touca, que protegia minha cabeça e orelhas do frio. Minha esposa, que considera castigo mortal ter que acordar cedo, ansiava por retornar ao conforto da cama e do edredom. Bem, ela e o Garfield terão que concordar comigo que poderia ser pior, poderia ser numa segunda-feira. Despedí-me dela e segui meu rumo.
Após passar por baixo da Rodovia Anchieta (SP-150), segui pela Rodovia Caminho do Mar (SP-148). Até o trevo da Rodovia Índio Tibiriça (SP-031), próximo ao Sítio Estância Aldeia da Serra. O tráfego é constante e existem pontos sem acostamento, merecendo bastante cuidado e uma boa sinalização (refletores e lanterna traseira), principalmente quando há a presença de neblina. Após o trevo, ainda pela Rodovia Caminho do Mar, o tráfego de automóveis e caminhões é muito pequeno, dando espaço a muitos ciclistas que pedalam ali nos finais de semana.
Terra firme!
Uns 5 quilômetros após o trevo, entrei em uma estrada à esquerda. Enfim encontrei terra. Pode parecer um pouco estranho mas não gosto de pedalar em asfalto.
Os primeiros 5 quilômetros são de estrada boa, sem muita lama, e passando por alguns sítios e chácaras. A partir daí o caminho fica um tanto deserto.
Não tão firme!
Já nas primeiras poças d'água, estimei errado a profundidade de uma delas e acabei com os pedais submersos. Imediatamente percebi que aquela era uma ótima oportunidade para testar minhas meias à prova d'água da Seal Skinz. Mais adiante eu digo qual foi o resultado.
Cheguei a uma descida com muita lama, muita mesmo. Fui descendo com muita cautela e então avistei mais dois ciclistas subindo. Não queria arriscar um tombo ali e decidi descer a pé. Os outros ciclistas me informaram que a estrada à frente estava bem ruim devido às máquinas que trabalhavam nela. Não precisei pedalar muito para começar a ouvir os ruídos dos tratores.
Pude avistar as máquinas, 3 retro-escavadeiras e vários operários. Na verdade eles estavam desobstruindo a estrada, que foi tomada por um desmoronamento. Fiquei um tempo parado, estudando por onde passaria. O operador da primeira retro-escavadeira me viu, saiu da estrada e arrastou um pouco a lama do meu caminho. Mesmo com a ajuda dele foi muito difícil passar por ali. O barro estava muito fofo e profundo. "Muita lama né?", foi como o operador me saudou. Concordei, agradeci a ajuda e fui embora.
Mais um pouco de asfalto
Cheguei à Rodovia Deputado Antônio Adib Chammas. Pedalei por mais uns 4 quilômetros e atravessei a linha férrea para alcançar a estrada que leva até a parte-baixa de Paranapiacaba. Nesta estrada, um ciclista também solitário e bom de papo me alcançou. Fomos tagarelando até a vila.
Mudança de planos
Minha intenção, uma vez estando na vila, era subir até a antena de celular da Claro, mas eu não sabia que o percurso é por dentro do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. Como a entrada só é permitida com o acompanhamento de um monitor, tive que desistir do meu plano inicial.
Olha a cobra! É verdade!
Não, não é dança de festa junina ... estava muito cedo para parar mas também não tinha tanto entusiasmo para enfrentar mais um trecho de grandes subidas. Resolvi ir até o final da subida no caminho para Taquarussu. Não desci até Taquarussu porque não queria subir tudo de novo no retorno.

Na volta para a vila de Paranapiacaba eu resolvi testar meu suporte de guidão para camera digital e fazer um vídeo. Não deu para aproveitar quase nada do vídeo, por causa da tremedeira total, mas consegui registrar meu encontro com um ofídio colorido e que foi muito fácil identificar ... uma coral. A diferença entre a coral verdadeira e a falsa é que a falsa tem o ventre liso, ou seja, os anéis não se encontram na sua barriga. Não tive curiosidade nenhuma de saber se aquela era falsa ou não.
Camuflagem para bicicleta
Já satisfeito com o passeio, fui comer e aguardar minha carona de volta. Enquanto esperava, tirei umas fotos do novo sistema de camuflagem que instalei na minha bicicleta (veja fotos abaixo). A camuflagem era quase perfeita, escondendo pedais e câmbio dianteiro. Este sistema de camuflagem é perfeito para evitar roubo mas aumenta um pouco o peso da bicicleta.
Chegou a hora de verificar a eficácia das meias Seal Skinz. Tirei a sapatilha e as meias e analisei os meus pés. Com meias normais, eles estariam brancos e enrugados, com possíveis bolhas estouradas. Pois desta vez estavam um pouco pálidos, só um pouco, mas secos e sem bolhas. Mesmo mergulhando as sapatilhas na água, por um curto período de tempo, ao final do passeio os pés estavam secos, sem sinais inclusive de suor. Já estou reservando um dinheirinho para comprar mais um par de meias, ainda mais agora que elas estão sendo vendidas aqui no Brasil.
Por água abaixo
Este passeio foi exatamente o que queria para meu fim de semana. Tranquilo, sem imprevistos, sem importunações, sem dores, "sem sacional". Entretanto, todo o stress que mandei pra bem longe voltou na forma de um engarrafamento ridículo que enfrentamos no retorno para casa. A minha vontade era de largar o carro ali e voltar de bicicleta mas só havia uma magrela para mim, minha esposa e minha cadela, que também foi passear em Paranapiacaba. Se meu chefe não me der logo a transferência que pedi para o interior de São Paulo ele vai perder um funcionário, por afastamento médico, para uma casa de repouso ou um manicômio. Preciso sair urgentemente da Grande São Paulo.
Percurso
Para ver o percurso, clique aqui.

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