quarta-feira, 25 de maio de 2011

Riacho Grande - Rio Grande da Serra - Paranapiacaba

Em agosto do ano passado eu fiz um percurso entre Riacho Grande e Paranapiacaba e que foi um pouco difícil por causa do estado da estrada. Alguns pontos tinha muita lama, sendo difícil passar mesmo desmontado da bicicleta. Também não gostei muito por pegar um bom trecho de asfalto.

No intuito de encontrar um caminho melhor eu usei minha ferramenta preferida, o Google Earth (a criação do Google Earth foi um marco na minha vida de "BTTista"). Encontrei um percurso alternativo e resolvi testá-lo no domingo passado.

Saí do posto Ipiranga de Riacho Grande e fui pela Rodovia Caminho do Mar. Pedalei um pouco mais de 1 km e entrei na Estrada Velha Ribeirão Pires, à esquerda. O caminho é confuso pois tem muitas bifurcações. Se não fosse o GPS eu teria me perdido (prometo fazer uma planilha para quem não tem GPS). Mais uns 4 km de "pedal" e cruzei a Rod. Índio Tibiriçá, continuando na Estr. Velha Ribeirão Pires.

Cheguei em Rio Grande da Serra, na rotatória da Rod. Dep. Antônio Adib Chammas, após pedalar uns 19 km. O caminho até aqui é de terra batida, sem muitas subidas, tornando-o bem fácil. Um pouco antes de chegar em Rio Grande da Serra tem um trecho de paralelepípedo e outro de asfalto mas é bem pouco.

De Rio Grande da Serra até o início da Estrada de Paranapiacaba, que leva à Parte Baixa, segui pela Rod. Dep. Antônio Adib Chammas. Eu não gosto de asfalto e já estou estudando alternativas por estradas da região. Se você também prefere pedalar em terra, aguarde atualizações.

Chegando em Paranapiacaba eu abasteci a caramanhola e fui fazer uma volta de 25 km. Um dos trechos é por uma estrada de serviço que está abandonada e acabou virando um singletrack com muita lama. O pessoal do Motocross adora aquela região, pelo menos é o que concluí observando as várias marcas deixadas na lama. Este trecho foi bem difícil e com muitos escorregões.



Não posso terminar o texto sem agradecer minha esposa, por ter acordado às 5:00 da madrugada para me levar em Riacho Grande e depois me buscar em Paranapiacaba. Muito obrigado!!!

Para mais detalhes do percurso, visitem os links à seguir: wikiloc e GPSies

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Resende - Visconde de Mauá

Percurso predominantemente de terra, totalizando 97km de distância e 2.274m de subida acumulada.

Desde que comecei a pedalar sonhava em ir de Resende à Visconde de Mauá, indo por Pedra Selada (antiga Vargem Grande) e voltando por Penedo, mas me faltava coragem. No último ano eu tenho testado meus limites e aos poucos fui ganhando confiança, até perceber que havia uma chance de conseguir cumprir o percurso desejado. Quando encontrei um maluco à minha altura, em todos os sentidos, decidi que era hora de tentar, mesmo ainda tendo dúvidas se conseguiríamos ou não. Então fiz o convite ao meu primo, e ele aceitou. Ainda estamos tentando descobrir quem é o mais maluco, aquele que propôs o percurso ou quem aceitou.

Bem, nosso objetivo primário era chegar em Visconde de Mauá, já que o retorno seria mais fácil, e foi pensando assim que chegamos lá e voltamos vivos.

Saímos de Resende às 6h tendo Pedra Selada, a vila, como nosso primeiro destino. Até lá a estrada é asfaltada, mão dupla, com pouco tráfego. Não fazia tanto calor e o dia estava um pouco nublado. Até Pedra Selada não há grandes subidas.

Chegando em Pedra Selada, aproveitamos um bar aberto para comer uma coxinha, tomar um Guaraviton e comprar umas bananas. Seguimos nosso caminho.

A partir daí a subida seria constante por um bom tempo e a estrada é de terra. Surgiu um pouco de neblina, fizemos uma pequena pausa para meu primo consertar um pneu furado.

Terminando a subida o sol já aparecia com bastante força. Ainda bem que passamos protetor solar. Paramos em quase todos os bares do caminho para comprar água e algum salgado.

Boa parte do percurso foi seguindo o Rio Preto, que é divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste momento revivi algumas lembranças de infância, de quando me banhava neste rio e pescava com meu pai.

Chegamos em Visconde de Mauá e fomos procurar a igreja. Como toda cidade ou vila tem uma igreja (teoria do meu primo), combinamos com minha esposa de nos encontrarmos lá. Não havia ninguém perto da igreja, então fomos procurar um telefone público para ligar para ela. O primeiro telefone não estava funcionando, e quando saíamos à procura de outro, minha esposa chegou.

Almoçamos juntos, largamos as mochilas no carro dela e partirmos para Resende apenas com os lanches no bolso da camisa.

Na saída de Visconde de Mauá pegamos uma boa subida de terra, com bastante tráfego. Provavelmente todos os turistas resolveram ir embora no mesmo momento, fugindo da chuva forte que estava por vir. Até o fim da subida comemos muito pó, levantado pelos carros. Um pouco antes do final da subida já começamos a sentir alguns pingos da chuva. Enfiei o GPS no saco estanque e começamos o downhill. Chegou a nossa hora de deixar os carros comendo poeira. Eu perdi a conta de quantos carros ultrapassamos. O downhill estava muito bom, compensando as várias subidas que enfrentamos para chegar até ali. Não dava para largar muito do freio por causa das inúmeras curvas e cascalhos na estrada. Uma parte da decida estava asfaltada mas com muitos pontos de obras. A estrada era mão dupla e com muito tráfego. Daí em diante o percurso foi bem tranquilo, com exceção do grande tráfego de carros, e conseguimos desenvolver uma boa velocidade média. No fim a chuva não nos alcançou ;-)

Chegamos em Resende praticamente inteiros. Meu primo com um pouco de dor no joelho esquerdo e eu com um pouco de dor no pescoço. Fazia tempo que não me divertia tanto e ganhei coragem para tentar algo ainda mais difícil, mas claro, não antes de me preparar um pouco mais.

Não posso deixar de agradecer à minha esposa, que me ajudou na viagem de São Paulo para Resende e no suporte em Visc. de Mauá, e também à meu primo, por ter sido uma ótima companhia.

Alguns números deste desafio (pelo wikiloc):
Distância percorrida: 97km (estimo uns 70% de terra)
Subida acumulada: 2.274m
Duração: 10h05m

Para ver o percurso e a altimetria, clique aqui ou aqui.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Roteiro: Riacho Grande - Paranapiacaba

Introdução
Saindo de Riacho Grande (São Bernardo do Campo - SP), meu plano era transpor um percurso misto de asfalto e terra, ainda desconhecido por mim, até Paranapiacaba (Santo André - SP). Após 1 semana de chuvas, apenas o dia anterior fez sol e eu sabia que não seria suficiente para secar a estrada e provavelmente enfrentaria um caminho com muita lama. A distância percorrida entre os dois pontos é pequena e com pouca elevação. Se não fosse a quantidade de lama, seria um passeio bem tranquilo.
Pelo Caminho do Mar
Já quase pronto para partir, o capacete ficou bem justo ao vestí-lo por cima da touca, que protegia minha cabeça e orelhas do frio. Minha esposa, que considera castigo mortal ter que acordar cedo, ansiava por retornar ao conforto da cama e do edredom. Bem, ela e o Garfield terão que concordar comigo que poderia ser pior, poderia ser numa segunda-feira. Despedí-me dela e segui meu rumo.
Após passar por baixo da Rodovia Anchieta (SP-150), segui pela Rodovia Caminho do Mar (SP-148). Até o trevo da Rodovia Índio Tibiriça (SP-031), próximo ao Sítio Estância Aldeia da Serra. O tráfego é constante e existem pontos sem acostamento, merecendo bastante cuidado e uma boa sinalização (refletores e lanterna traseira), principalmente quando há a presença de neblina. Após o trevo, ainda pela Rodovia Caminho do Mar, o tráfego de automóveis e caminhões é muito pequeno, dando espaço a muitos ciclistas que pedalam ali nos finais de semana.
Terra firme!
Uns 5 quilômetros após o trevo, entrei em uma estrada à esquerda. Enfim encontrei terra. Pode parecer um pouco estranho mas não gosto de pedalar em asfalto.
Os primeiros 5 quilômetros são de estrada boa, sem muita lama, e passando por alguns sítios e chácaras. A partir daí o caminho fica um tanto deserto.
Não tão firme!
Já nas primeiras poças d'água, estimei errado a profundidade de uma delas e acabei com os pedais submersos. Imediatamente percebi que aquela era uma ótima oportunidade para testar minhas meias à prova d'água da Seal Skinz. Mais adiante eu digo qual foi o resultado.
Cheguei a uma descida com muita lama, muita mesmo. Fui descendo com muita cautela e então avistei mais dois ciclistas subindo. Não queria arriscar um tombo ali e decidi descer a pé. Os outros ciclistas me informaram que a estrada à frente estava bem ruim devido às máquinas que trabalhavam nela. Não precisei pedalar muito para começar a ouvir os ruídos dos tratores.
Pude avistar as máquinas, 3 retro-escavadeiras e vários operários. Na verdade eles estavam desobstruindo a estrada, que foi tomada por um desmoronamento. Fiquei um tempo parado, estudando por onde passaria. O operador da primeira retro-escavadeira me viu, saiu da estrada e arrastou um pouco a lama do meu caminho. Mesmo com a ajuda dele foi muito difícil passar por ali. O barro estava muito fofo e profundo. "Muita lama né?", foi como o operador me saudou. Concordei, agradeci a ajuda e fui embora.
Mais um pouco de asfalto
Cheguei à Rodovia Deputado Antônio Adib Chammas. Pedalei por mais uns 4 quilômetros e atravessei a linha férrea para alcançar a estrada que leva até a parte-baixa de Paranapiacaba. Nesta estrada, um ciclista também solitário e bom de papo me alcançou. Fomos tagarelando até a vila.
Mudança de planos
Minha intenção, uma vez estando na vila, era subir até a antena de celular da Claro, mas eu não sabia que o percurso é por dentro do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. Como a entrada só é permitida com o acompanhamento de um monitor, tive que desistir do meu plano inicial.
Olha a cobra! É verdade!
Não, não é dança de festa junina ... estava muito cedo para parar mas também não tinha tanto entusiasmo para enfrentar mais um trecho de grandes subidas. Resolvi ir até o final da subida no caminho para Taquarussu. Não desci até Taquarussu porque não queria subir tudo de novo no retorno.

Na volta para a vila de Paranapiacaba eu resolvi testar meu suporte de guidão para camera digital e fazer um vídeo. Não deu para aproveitar quase nada do vídeo, por causa da tremedeira total, mas consegui registrar meu encontro com um ofídio colorido e que foi muito fácil identificar ... uma coral. A diferença entre a coral verdadeira e a falsa é que a falsa tem o ventre liso, ou seja, os anéis não se encontram na sua barriga. Não tive curiosidade nenhuma de saber se aquela era falsa ou não.
Camuflagem para bicicleta
Já satisfeito com o passeio, fui comer e aguardar minha carona de volta. Enquanto esperava, tirei umas fotos do novo sistema de camuflagem que instalei na minha bicicleta (veja fotos abaixo). A camuflagem era quase perfeita, escondendo pedais e câmbio dianteiro. Este sistema de camuflagem é perfeito para evitar roubo mas aumenta um pouco o peso da bicicleta.
Chegou a hora de verificar a eficácia das meias Seal Skinz. Tirei a sapatilha e as meias e analisei os meus pés. Com meias normais, eles estariam brancos e enrugados, com possíveis bolhas estouradas. Pois desta vez estavam um pouco pálidos, só um pouco, mas secos e sem bolhas. Mesmo mergulhando as sapatilhas na água, por um curto período de tempo, ao final do passeio os pés estavam secos, sem sinais inclusive de suor. Já estou reservando um dinheirinho para comprar mais um par de meias, ainda mais agora que elas estão sendo vendidas aqui no Brasil.
Por água abaixo
Este passeio foi exatamente o que queria para meu fim de semana. Tranquilo, sem imprevistos, sem importunações, sem dores, "sem sacional". Entretanto, todo o stress que mandei pra bem longe voltou na forma de um engarrafamento ridículo que enfrentamos no retorno para casa. A minha vontade era de largar o carro ali e voltar de bicicleta mas só havia uma magrela para mim, minha esposa e minha cadela, que também foi passear em Paranapiacaba. Se meu chefe não me der logo a transferência que pedi para o interior de São Paulo ele vai perder um funcionário, por afastamento médico, para uma casa de repouso ou um manicômio. Preciso sair urgentemente da Grande São Paulo.
Percurso
Para ver o percurso, clique aqui.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Indo às compras: Importação Legal

Infelizmente o MTB não é tão popular no Brasil como em outros países. Isto torna menos interessante comercializar equipamentos e acessórios específicos para o MTB em nosso país. Mesmo as peças de bicicleta são restritas às marcas mais famosas.

Um meio de superar as restrições de nosso mercado é a importação direta pelo consumidor, e não é tão difícil quanto muitos imaginam. Basta um cartão de crédito internacional, uma boa lista de lojas que fazem envio internacional e as informações certas. O tempo gasto em todo o processo (algo em torno de 2 semanas) nunca competirá com as lojas nacionais mas vale a pena esperar um pouco mais por aquilo que você sempre quis mas nunca encontrou em lojas brasileiras. O preço sofre muita influência do frete e nem sempre é competitivo mas, na maioria das vezes, mesmo com o imposto de importação de 60%, vale a pena.

Um fato que deve ser levado em consideração é a questão da garantia. Se houver qualquer problema com o produto comprado você terá que enviá-lo para a loja onde comprou e o frete adicional pode onerar muito o produto. Muitas vezes a tentação é grande em importar produtos que existem no mercado nacional mas que são mais caros aqui, mas ninguém leva em conta o custo adicional que terá se o produto apresentar qualquer problema. O Código de Defesa do Consumidor não vale para produtos importados pelo próprio consumidor, por isso prefira importar apenas o que você não encontra aqui no Brasil, fazendo valer o risco.

O serviço "Importa Fácil" dos correios é o mais indicado, pela simplicidade.

O "Importa Fácil - Importação de encomendas até US$500,00" não tem nenhuma taxa de desembaraço e não necessita nenhum cadastro prévio, sendo o mais indicado para o consumidor comum. Os passos da importação são, de forma simplificada: você faz a compra no exterior; a encomenda chegará na agência dos correios mais próxima de seu endereço; você receberá o "Aviso de Chegada dos Correios" junto com a NTS (Nota de Tributação Simplificada); você irá até a agência dos correios indicada na NTS para efetuar o pagamento (60% do valor do produto, referente ao imposto de importação) da mesma e retirar a encomenda. A encomenda deve ser enviada através do serviço postal oficial do país de origem, em modalidade postal que a encomenda chegue diretamente nos Correios do Brasil. Você encontra todas as informações necessárias no site dos Correios (link no início do parágrafo).

Para encontrar lojas internacionais, procure visitar sites ou comprar revistas de outros países. Eu tenho uma lista de lojas internacionais mas, por enquanto, só comprei na "High on Bikes".

Caso você conheça alguma outra loja internacional, contribua enviando um comentário com o nome e link para a loja.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Publicações digitais

A carência de periódicos e livros brasileiros sobre MTB me obrigou a buscar opções no exterior, mas o frete tornava onerosa tal solução. Com o surgimento de várias publicações digitais, adquirir uma revista ou livro no exterior ficou muito mais fácil, rápido e barato.

Para comprar uma publicação digital estrangeira basta ter um cartão de crédito internacional. Para ler, é necessário um computador (desktop, notebook ou netbook), um iPad, um iPhone / iPod Touch (com algumas restrições, principalmente quando há imagens grandes) ou um "eReader" (por exemplo, o Kindle da Amazon ou o Nook da Barnes & Noble).

Você pode encontrar boas publicações digitais na Zinio, eMagazines, Amazon e Barnes & Noble.

Na Zinio você tem uma grande variedade de revistas sobre ciclismo e MTB, de vários países. Os valores das assinaturas são pequenos quando comparados com as revistas brasileiras. A leitura pode ser feita "off-line" utilizando o software da Zinio (para PC, MAC, iPhone, iPod Touch 1.1 e iPad) ou "on-line", através do seu navegador favorito (IE, Firefox, Chrome, etc).

A Zinio costuma enviar exemplares de graça de várias revistas. Faça seu cadastro e experimente. Se gostar do serviço e software, então saque seu cartão de crédito e assine suas revistas favoritas.

A eMagazine também distribui revistas digitais mas o acervo não é tão grande (quando se trata de ciclismo e MTB) quanto o da Zinio. Não há software para leitura "off-line", sendo necessário estar conectado na internet para ler sua revista, através de um navegador.

Quando assinei a Mountain Bike Action americana, a eMagazine me enviou o link para leitura da revista com 1 mês de atraso e só após eu reclamar duas vezes. Não gostei muito do serviço de suporte.


Na Amazon não encontrei revistas digitais sobre ciclismo e MTB mas existem ótimos livros. Assim como a Zinio, com o software da Amazon (para PC, MAC, iPhone, iPad, BlackBerry e Android) é possível ler "off-line" . Além do software, a Amazon também possui um "eReader" chamado Kindle.

A Barnes & Noble é muito parecida com a Amazon e também não encontrei revistas digitais sobre ciclismo ou MTB. O Software da Barnes & Noble também abrange PC, MAC, iPhone, iPad, BlackBerry e Android e seu eReader se chama Nook.

A grande maioria das publicações são de países de língua inglesa (EUA, Reino Unido, Nova Zelândia, etc...).

Tenho uma assinatura na eMagazine e 3 na Zinio mas, infelizmente, a minha revista favorita ainda não tem em versão digital, a Bike Magazine PT. Tenho que me contentar com as edições atrasadas em 3 meses que compro na banca. Pelo menos na minha cidade existe uma banca com revistas importadas, pior para quem nem isso tem. Espero que eles lancem uma versão digital da revista. Serei o primeiro a assinar.

Por falar na Bike Magazine PT, visitem a sessão Bike Escola do site deles. Os artigos são imperdíveis.

Nota: Se você conhece outras publicações digitais ou distribuidoras, contribua deixando um comentário.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Adaptador ANT+ para iPhone e iPod Touch

Camisa de força

Quem tem um iPhone ou qualquer outro smartphone concordará comigo quando digo que a criatividade é o limite destes brinquedos de adulto. A cada momento eu encontro uma utilidade nova para meu iPhone, pois hoje eu descobri uma função que me deixou um pouco eufórico (só o suficiente para subir as paredes). Desculpem-me pela empolgação mas, como todo bom "geek", sou louco por produtos tecnológicos.

Convergência

Faz tempo que quero comprar um relógio digital que tenha as funções de monitor cardíaco, sensor de velocidade e cadência para bicicleta. Melhor ainda se tivesse temperatura ambiente mas aí já é pedir demais. Eu já tinha achado um da Oregon Scientific (SE833) e outro da Garmin (FR60). Pesquisando um pouco sobre o relógio da Garmin eu descobri que ele utiliza um protocolo chamado ANT+ para se comunicar com os sensores sem fio (velocidade, cadência e monitor cardíaco). A vantagem do ANT+ é ser utilizado por vários fabricantes (Bontrager, Garmin, Adidas, Timex, Tacx, ...), desta forma, por exemplo, você pode ter um relógio da Timex lendo um sensor de velocidade da garmin, um sensor de cadência da Bontrager, um podômetro da Adidas, um monitor cardíaco da Tacx, etc. Para quem quiser conhecer os vários fabricantes, seus produtos e a compatibilidade entre cada um, clique aqui.

(imagem retirada do site do fabricante)

ANT+ no iPhone ou iPod

Até então nada extraordinário. Foi quando eu estava olhando a lista de dispositivos e encontrei três adaptadores ANT+ para o iPhone (Digifit ConnectFisica Fitness e iBike Dash). Utilizando um adaptador ANT+ conectado ao seu iPhone e utilizando um software específico é possível receber e registrar as informações enviadas pelos sensores, tornando o iPhone um ciclocomputador com velocidade, cadência, frequência cardíaca, GPS, Altímetro, Potência, etc, e com uma memória enorme para registro dos dados.

O Digifit Connect é um pequeno adaptador conectado ao iPod Touch ou iPhone através do conector de 30 vias. Foi lançado em 23 de fevereiro de 2010 e custa U$79,99 (na Amazon, sem os sensores). Não encontrei os softwares na AppStore do Brasil. Provavelmente estão disponíveis apenas na AppStore dos EUA. São 5 softwares (iCardio, iRunner, iBiker, iSpinner, iPower), cada um custando U$29,99 (na AppStore norte-americana). Não consegui confirmar mas, na avaliação de um consumidor da Amazon, há a informação de que o custo do software é anual.

Digitif Connect (imagem retirada do site do fabricante)

Para quem pratica MTB este conector pode ser um problema pois impossibilita a instalação de uma capa para proteger o iPhone de chuva, lama e possíveis impactos, além de impossibilitar a instalação de baterias extras para uso de longa duração.

Veja algumas notícias (em inglês) sobre o Digifit Connect em: PRWeb 23-2-10, PRWeb 25-3-10, Mobiletor, SpinnerSportSpinBike).


O Fisica Fitness tem uma versão muito parecida com o Digifit Connect que se chama "Fisica Fitness Sensor Key" (também custa U$79,99) mas o que me chamou a atenção mesmo foi uma versão em forma de capa rígida, o "Fisica Fitness Sensor Case" (U$119). Esta versão possui um conector miniUSB para carregar o iPhone (também possibilita a conexão de uma bateria extra) ou para sincronizar. Além disso ele tem uma saída para fone de ouvido e suporte destacável para bicicleta. O melhor de tudo é que a capa adiciona uma proteção contra chuva.

(imagem retirada do site do fabricante)

O software é muito simples, apenas para demonstração do potencial do produto, e é grátis. A Wahoo Fitness decidiu se concentrar no hardware e ela incentiva outros a desenvolver softwares para os produtos Fisica Fitness, dando o suporte necessário. Prefiro desta forma pois assim há a possibilidade dos softwares de GPS, que utilizo atualmente (GPS MotionX, GPSies, Endomondo), incluírem as funções de frequência cardíaca, cadência, etc, utilizando-se do hardware do Fisica Fitness.

Ainda há pouca informação sobre o produto e ele ainda não foi lançado mas já está em pré-venda. Vejam uma avaliação do Fisica Fitness Sensor Key aqui (em inglês).

O iBike Dash é muito parecido com o Fisica Fitness Sensor Case mas não tem um conector miniUSB ou saída para fone de ouvido. O software é grátis mas não o encontrei na AppStore brasileira, apenas na norte americana. O lançamento do produto está prevista para o final de agosto mas já se encontra em pré-venda. O preço não é, nem um pouco, convidativo (U$299, com sensor de velocidade).

iBike Dash (imagem retirada do site do fabricante)

Em breve


Outros fabricantes estão trabalhando em produtos semelhantes como a Pedal Brain e a Enki Sports.


Conclusão

Eu sempre achei que fosse ficar careca mas nunca imaginei que seria pelas minhas próprias mãos. Estou aqui arrancando meus cabelos, tentando achar uma forma de por as mãos em um Fisica Fitness Sensor Case.

É claro que estou brincando! Este mercado ainda está em desenvolvimento e dos 3 produtos apresentados acima apenas um já está disponível no mercado. Ainda não há avaliações confiáveis disponíveis e a concorrência ainda está fraca. Não acho que valha a pena comprar um agora. Vou esperar até o Natal ;-)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Paraibuna - Lagoinha

Partindo de Paraibuna

Como em julho o sol nasce por volta das 7:00, combinamos de sair neste horário de Paraibuna. Com uns 30 minutos de atraso, partimos em direção à Redenção da Serra, pela estrada* municipal para o Bairro Itapeva. Apesar da denominação ser "estrada", esta é uma via pavimentada (asfaltada).

O sol não apareceu para nos receber. O tempo estava bem nebuloso e frio. Pelo menos tivemos algumas subidas para esquentar um pouco.

Erro providencial

Depois de uns 8 km o asfalto deu lugar à terra. A estrada estava bem conservada neste ponto, bem seca e batida. Algumas subidas depois - como tudo que sobe tem que descer - desfrutamos de uma boa descida. Durante a descida eu me preocupei com as curvas e com o trânsito e não percebi que em um certo momento começamos a nos afastar do percurso pretendido (programado no GPS). Quando consegui alcançar meu primo, que estava na frente, ele já estava parado em um bar. Encontrar este bar foi essencial pois as caramanholas estavam com o nível baixo. Terminamos de esvaziá-las e compramos mais água. Isto que eu chamo de um "erro providencial". O funcionário do bar confirmou que a entrada para a estrada para Redenção da Serra era um pouco atrás. Voltamos e retomamos nosso caminho.

Contornando a represa

Começamos a contornar a represa. O sol já não se escondia mais atrás da neblina e consegui fazer algumas fotos.


Em uma parte do caminho haviam várias casas de madeira construídas sobre barris de metal que flutuavam às margens da represa. As plataformas que levavam às casas também eram flutuantes, acompanhando o nível da represa.

Arquivo próprio

Redenção da Serra já aparecia na tela do GPS mas a estrada seguia em direção contrária e começamos a nos afastar do percurso que havia programado. Já podíamos ver do outro lado da represa uma via pavimentada e tínhamos a esperança de passar para o outro lado, mas como? Em vários momentos do caminho passaram caminhões de areia por nós, indo e voltando. Meu primo viu novamente um desses caminhões na via pavimentada. Ele concluiu que o caminhão passaria por nós e então comprovaria a ligação entre a estrada do nosso lado da represa com a via pavimentada do outro lado. Realmente, um tempo depois, o caminhão passou por nós. Então continuamos naquele caminho com mais tranquilidade. Na imagem do Google Earth abaixo há apenas um filete de água entre a estrada e a via pavimentada, por ser uma imagem antiga. Hoje em dia tem muito mais água por lá.

Imagem do Google Earth (clique na imagem para ampliar)

Alemanha x Argentina

Chegamos em Redenção da Serra às 11:00 e enquanto subíamos até o restaurante, já podíamos ouvir um hino tocando. Chegamos a tempo de assistir o jogo entre Argentina e Alemanha.

Enquanto almoçávamos, estava todo mundo do restaurante torcendo para a Alemanha. Eu já torcia para o jogo sempre empatar, para ver mais emoção. Era incrível mas a cada gol da Alemanha as pessoas comemoravam como se tivesse sido um gol do Brasil. Depois do terceiro gol da Alemanha consideramos a Argentina derrotada, pegamos nossas bicicletas e continuamos nosso caminho até São Luis do Paraitinga.

Lei seca abrange condutor de carroça?

Saindo de Redenção encontramos dois indivíduos numa carroça com o tanque cheio. Não, não era a carroça que estava com o tanque cheio e sim os dois indivíduos. Manguaça total. Eles nem sabiam para onde estavam indo e quem guiava a carroça era o cavalo.

Batedores!

Mais alguns quilômetros e voltamos para a terra. Passamos por uma fazenda e duas mulas se assustaram conosco. Usando capacete e óculos, acho que fomos confundidos com extra-terrestres. Elas começaram a correr na nossa frente. Como a estrada era estreita, elas não tinham para onde fugir e ficaram nos acompanhando (na frente) por um bom tempo. Nós devíamos ter aproveitado para colocar as mochilas no lombo delas.

Mais subidas

Começamos a subir, subir e subir. A parada para o almoço matou a fome e a vontade dos músculos de trabalharem. As pernas esfriaram e queriam ficar por ali mesmo. Eu já tinha reservado a pousada em São Luis, então não iríamos desistir. Empurramos bastante as bicicletas mas continuamos em frente.

Banho de água fria

É claro que, depois de tanto subir haveria uma descida. Acho que foi o downhill mais acidentado que já fiz. Muita pedra e buraco. Judiamos bastante das coitadas bicicletas. No final da descida havia uma vila. Na estrada tinha um caminhão pipa molhando o chão para diminuir a poeira. Como estava no embalo da descida, nem dei atenção para o caminhão. Passei a mil por hora. Como o caminhão também jogava água para os lados eu tomei um belo banho. Comecei a trincar na hora, pois a água estava muito gelada.

A pousada

Enfim, chegamos à pousada Araucária, em São Luiz do Paraitinga. O quarto tinha uma cama de casal e uma de solteiro. A roupa de cama estava bem limpa e relativamente nova. O banheiro era maior que a cozinha da minha casa mas o box com cortina de plástico não era grande. O chuveiro não esquentava tanto. A TV pegava mal. Na área comum tinha uma mesa de bilhar, uma TV LCD grande, alguns sofás, wifi grátis, piscina (nem cheguei perto) e um espaço para refeições. Para mais dados sobre a pousada, veja os pontos de interesse (waypoints) disponibilizados no wikiloc (link no final do texto)

Kawabonga!

Após um banho e uma soneca, fomos ao centro da cidade para procurar uma pizzaria. Seguindo as informações fornecidas pelos locais, chegamos ao Restaurante Pizzaria Cantinho dos Amigos. A pizza custou uns R$26 e estava maravilhosa. Agora não sei se era porque estávamos famintos ou se era porque a pizza era boa mesmo. O atendimento também foi exemplar.

Café da manhã

De volta à pousada fomos dormir cedo. A funcionária que nos atendeu disse que o café da manhã seria servido a partir das 7:30 (valor incluso na diária, que era de R$50 por pessoa) então programamos o despertador para às 7:15. Não achava a chave da tranca que levei. Ela estava no bolso da minha camisa, que havia esquecido aberto. Provavelmente a chave caiu no caminho. O jeito foi colocar as bicicletas dentro do quarto. Tinha espaço suficiente para as duas.

Amanheceu, antes mesmo do despertador tocar nós acordamos com a algazarra das maritacas. Quando chegamos na mesa do café da manhã, já havia um Sabiá Laranjeira atacando o queijo minas. O pão francês estava uma delícia. Além do pão tinha leite, café e banana. Após o desjejum, pagamos a diária de R$50 por pessoa e seguimos rumo à Lagoinha.

Chega de terra

O destino original era Cunha, por terra, mas não acordamos dispostos a tal, então decidimos ir até Lagoinha por asfalto. No começo a rodovia tinha um tráfego médio mas logo os carros foram desaparecendo. Nos primeiros 14 km a viagem foi tranquila mas depois disso começaram as subidas. Na última subida, quando a inclinação era de 13,4%, meu primo perguntou quem seria o primeiro a desistir e desmontaria da bicicleta. Foi praticamente um desafio e ficou evidente que nenhum dos dois desistiria.

Chegamos

Meu primo combinou com nosso apoio de nos encontrarmos na praça da igreja. Se ele nunca esteve em Lagoinha, como ele sabia onde ficava a praça da igreja? Ele me respondeu: "Toda cidade tem uma praça com uma igreja na frente, basta perguntarmos onde ela fica". Dito e feito. Comemos um salgado na padaria, que também fica na praça, e fomos embora.

Percurso

Distância percorrida: 91,42 km
Subida acumulada: 1.617 m
Descida acumulada: 1.331 m

Trajeto no wikiloc e no GPSies

O que gostaria de repetir desta viagem:
- Comer uma pizza no Cantinho dos Amigos
- Ver a Argentina perder (nada contra os argentinos, pois fui muito bem recepcionado quando estive em Buenos Aires, mas no futebol ...)

Notas:
* Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, estradas são vias não pavimentadas e rodovias são vias pavimentadas.