segunda-feira, 26 de julho de 2010

Adaptador ANT+ para iPhone e iPod Touch

Camisa de força

Quem tem um iPhone ou qualquer outro smartphone concordará comigo quando digo que a criatividade é o limite destes brinquedos de adulto. A cada momento eu encontro uma utilidade nova para meu iPhone, pois hoje eu descobri uma função que me deixou um pouco eufórico (só o suficiente para subir as paredes). Desculpem-me pela empolgação mas, como todo bom "geek", sou louco por produtos tecnológicos.

Convergência

Faz tempo que quero comprar um relógio digital que tenha as funções de monitor cardíaco, sensor de velocidade e cadência para bicicleta. Melhor ainda se tivesse temperatura ambiente mas aí já é pedir demais. Eu já tinha achado um da Oregon Scientific (SE833) e outro da Garmin (FR60). Pesquisando um pouco sobre o relógio da Garmin eu descobri que ele utiliza um protocolo chamado ANT+ para se comunicar com os sensores sem fio (velocidade, cadência e monitor cardíaco). A vantagem do ANT+ é ser utilizado por vários fabricantes (Bontrager, Garmin, Adidas, Timex, Tacx, ...), desta forma, por exemplo, você pode ter um relógio da Timex lendo um sensor de velocidade da garmin, um sensor de cadência da Bontrager, um podômetro da Adidas, um monitor cardíaco da Tacx, etc. Para quem quiser conhecer os vários fabricantes, seus produtos e a compatibilidade entre cada um, clique aqui.

(imagem retirada do site do fabricante)

ANT+ no iPhone ou iPod

Até então nada extraordinário. Foi quando eu estava olhando a lista de dispositivos e encontrei três adaptadores ANT+ para o iPhone (Digifit ConnectFisica Fitness e iBike Dash). Utilizando um adaptador ANT+ conectado ao seu iPhone e utilizando um software específico é possível receber e registrar as informações enviadas pelos sensores, tornando o iPhone um ciclocomputador com velocidade, cadência, frequência cardíaca, GPS, Altímetro, Potência, etc, e com uma memória enorme para registro dos dados.

O Digifit Connect é um pequeno adaptador conectado ao iPod Touch ou iPhone através do conector de 30 vias. Foi lançado em 23 de fevereiro de 2010 e custa U$79,99 (na Amazon, sem os sensores). Não encontrei os softwares na AppStore do Brasil. Provavelmente estão disponíveis apenas na AppStore dos EUA. São 5 softwares (iCardio, iRunner, iBiker, iSpinner, iPower), cada um custando U$29,99 (na AppStore norte-americana). Não consegui confirmar mas, na avaliação de um consumidor da Amazon, há a informação de que o custo do software é anual.

Digitif Connect (imagem retirada do site do fabricante)

Para quem pratica MTB este conector pode ser um problema pois impossibilita a instalação de uma capa para proteger o iPhone de chuva, lama e possíveis impactos, além de impossibilitar a instalação de baterias extras para uso de longa duração.

Veja algumas notícias (em inglês) sobre o Digifit Connect em: PRWeb 23-2-10, PRWeb 25-3-10, Mobiletor, SpinnerSportSpinBike).


O Fisica Fitness tem uma versão muito parecida com o Digifit Connect que se chama "Fisica Fitness Sensor Key" (também custa U$79,99) mas o que me chamou a atenção mesmo foi uma versão em forma de capa rígida, o "Fisica Fitness Sensor Case" (U$119). Esta versão possui um conector miniUSB para carregar o iPhone (também possibilita a conexão de uma bateria extra) ou para sincronizar. Além disso ele tem uma saída para fone de ouvido e suporte destacável para bicicleta. O melhor de tudo é que a capa adiciona uma proteção contra chuva.

(imagem retirada do site do fabricante)

O software é muito simples, apenas para demonstração do potencial do produto, e é grátis. A Wahoo Fitness decidiu se concentrar no hardware e ela incentiva outros a desenvolver softwares para os produtos Fisica Fitness, dando o suporte necessário. Prefiro desta forma pois assim há a possibilidade dos softwares de GPS, que utilizo atualmente (GPS MotionX, GPSies, Endomondo), incluírem as funções de frequência cardíaca, cadência, etc, utilizando-se do hardware do Fisica Fitness.

Ainda há pouca informação sobre o produto e ele ainda não foi lançado mas já está em pré-venda. Vejam uma avaliação do Fisica Fitness Sensor Key aqui (em inglês).

O iBike Dash é muito parecido com o Fisica Fitness Sensor Case mas não tem um conector miniUSB ou saída para fone de ouvido. O software é grátis mas não o encontrei na AppStore brasileira, apenas na norte americana. O lançamento do produto está prevista para o final de agosto mas já se encontra em pré-venda. O preço não é, nem um pouco, convidativo (U$299, com sensor de velocidade).

iBike Dash (imagem retirada do site do fabricante)

Em breve


Outros fabricantes estão trabalhando em produtos semelhantes como a Pedal Brain e a Enki Sports.


Conclusão

Eu sempre achei que fosse ficar careca mas nunca imaginei que seria pelas minhas próprias mãos. Estou aqui arrancando meus cabelos, tentando achar uma forma de por as mãos em um Fisica Fitness Sensor Case.

É claro que estou brincando! Este mercado ainda está em desenvolvimento e dos 3 produtos apresentados acima apenas um já está disponível no mercado. Ainda não há avaliações confiáveis disponíveis e a concorrência ainda está fraca. Não acho que valha a pena comprar um agora. Vou esperar até o Natal ;-)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Paraibuna - Lagoinha

Partindo de Paraibuna

Como em julho o sol nasce por volta das 7:00, combinamos de sair neste horário de Paraibuna. Com uns 30 minutos de atraso, partimos em direção à Redenção da Serra, pela estrada* municipal para o Bairro Itapeva. Apesar da denominação ser "estrada", esta é uma via pavimentada (asfaltada).

O sol não apareceu para nos receber. O tempo estava bem nebuloso e frio. Pelo menos tivemos algumas subidas para esquentar um pouco.

Erro providencial

Depois de uns 8 km o asfalto deu lugar à terra. A estrada estava bem conservada neste ponto, bem seca e batida. Algumas subidas depois - como tudo que sobe tem que descer - desfrutamos de uma boa descida. Durante a descida eu me preocupei com as curvas e com o trânsito e não percebi que em um certo momento começamos a nos afastar do percurso pretendido (programado no GPS). Quando consegui alcançar meu primo, que estava na frente, ele já estava parado em um bar. Encontrar este bar foi essencial pois as caramanholas estavam com o nível baixo. Terminamos de esvaziá-las e compramos mais água. Isto que eu chamo de um "erro providencial". O funcionário do bar confirmou que a entrada para a estrada para Redenção da Serra era um pouco atrás. Voltamos e retomamos nosso caminho.

Contornando a represa

Começamos a contornar a represa. O sol já não se escondia mais atrás da neblina e consegui fazer algumas fotos.


Em uma parte do caminho haviam várias casas de madeira construídas sobre barris de metal que flutuavam às margens da represa. As plataformas que levavam às casas também eram flutuantes, acompanhando o nível da represa.

Arquivo próprio

Redenção da Serra já aparecia na tela do GPS mas a estrada seguia em direção contrária e começamos a nos afastar do percurso que havia programado. Já podíamos ver do outro lado da represa uma via pavimentada e tínhamos a esperança de passar para o outro lado, mas como? Em vários momentos do caminho passaram caminhões de areia por nós, indo e voltando. Meu primo viu novamente um desses caminhões na via pavimentada. Ele concluiu que o caminhão passaria por nós e então comprovaria a ligação entre a estrada do nosso lado da represa com a via pavimentada do outro lado. Realmente, um tempo depois, o caminhão passou por nós. Então continuamos naquele caminho com mais tranquilidade. Na imagem do Google Earth abaixo há apenas um filete de água entre a estrada e a via pavimentada, por ser uma imagem antiga. Hoje em dia tem muito mais água por lá.

Imagem do Google Earth (clique na imagem para ampliar)

Alemanha x Argentina

Chegamos em Redenção da Serra às 11:00 e enquanto subíamos até o restaurante, já podíamos ouvir um hino tocando. Chegamos a tempo de assistir o jogo entre Argentina e Alemanha.

Enquanto almoçávamos, estava todo mundo do restaurante torcendo para a Alemanha. Eu já torcia para o jogo sempre empatar, para ver mais emoção. Era incrível mas a cada gol da Alemanha as pessoas comemoravam como se tivesse sido um gol do Brasil. Depois do terceiro gol da Alemanha consideramos a Argentina derrotada, pegamos nossas bicicletas e continuamos nosso caminho até São Luis do Paraitinga.

Lei seca abrange condutor de carroça?

Saindo de Redenção encontramos dois indivíduos numa carroça com o tanque cheio. Não, não era a carroça que estava com o tanque cheio e sim os dois indivíduos. Manguaça total. Eles nem sabiam para onde estavam indo e quem guiava a carroça era o cavalo.

Batedores!

Mais alguns quilômetros e voltamos para a terra. Passamos por uma fazenda e duas mulas se assustaram conosco. Usando capacete e óculos, acho que fomos confundidos com extra-terrestres. Elas começaram a correr na nossa frente. Como a estrada era estreita, elas não tinham para onde fugir e ficaram nos acompanhando (na frente) por um bom tempo. Nós devíamos ter aproveitado para colocar as mochilas no lombo delas.

Mais subidas

Começamos a subir, subir e subir. A parada para o almoço matou a fome e a vontade dos músculos de trabalharem. As pernas esfriaram e queriam ficar por ali mesmo. Eu já tinha reservado a pousada em São Luis, então não iríamos desistir. Empurramos bastante as bicicletas mas continuamos em frente.

Banho de água fria

É claro que, depois de tanto subir haveria uma descida. Acho que foi o downhill mais acidentado que já fiz. Muita pedra e buraco. Judiamos bastante das coitadas bicicletas. No final da descida havia uma vila. Na estrada tinha um caminhão pipa molhando o chão para diminuir a poeira. Como estava no embalo da descida, nem dei atenção para o caminhão. Passei a mil por hora. Como o caminhão também jogava água para os lados eu tomei um belo banho. Comecei a trincar na hora, pois a água estava muito gelada.

A pousada

Enfim, chegamos à pousada Araucária, em São Luiz do Paraitinga. O quarto tinha uma cama de casal e uma de solteiro. A roupa de cama estava bem limpa e relativamente nova. O banheiro era maior que a cozinha da minha casa mas o box com cortina de plástico não era grande. O chuveiro não esquentava tanto. A TV pegava mal. Na área comum tinha uma mesa de bilhar, uma TV LCD grande, alguns sofás, wifi grátis, piscina (nem cheguei perto) e um espaço para refeições. Para mais dados sobre a pousada, veja os pontos de interesse (waypoints) disponibilizados no wikiloc (link no final do texto)

Kawabonga!

Após um banho e uma soneca, fomos ao centro da cidade para procurar uma pizzaria. Seguindo as informações fornecidas pelos locais, chegamos ao Restaurante Pizzaria Cantinho dos Amigos. A pizza custou uns R$26 e estava maravilhosa. Agora não sei se era porque estávamos famintos ou se era porque a pizza era boa mesmo. O atendimento também foi exemplar.

Café da manhã

De volta à pousada fomos dormir cedo. A funcionária que nos atendeu disse que o café da manhã seria servido a partir das 7:30 (valor incluso na diária, que era de R$50 por pessoa) então programamos o despertador para às 7:15. Não achava a chave da tranca que levei. Ela estava no bolso da minha camisa, que havia esquecido aberto. Provavelmente a chave caiu no caminho. O jeito foi colocar as bicicletas dentro do quarto. Tinha espaço suficiente para as duas.

Amanheceu, antes mesmo do despertador tocar nós acordamos com a algazarra das maritacas. Quando chegamos na mesa do café da manhã, já havia um Sabiá Laranjeira atacando o queijo minas. O pão francês estava uma delícia. Além do pão tinha leite, café e banana. Após o desjejum, pagamos a diária de R$50 por pessoa e seguimos rumo à Lagoinha.

Chega de terra

O destino original era Cunha, por terra, mas não acordamos dispostos a tal, então decidimos ir até Lagoinha por asfalto. No começo a rodovia tinha um tráfego médio mas logo os carros foram desaparecendo. Nos primeiros 14 km a viagem foi tranquila mas depois disso começaram as subidas. Na última subida, quando a inclinação era de 13,4%, meu primo perguntou quem seria o primeiro a desistir e desmontaria da bicicleta. Foi praticamente um desafio e ficou evidente que nenhum dos dois desistiria.

Chegamos

Meu primo combinou com nosso apoio de nos encontrarmos na praça da igreja. Se ele nunca esteve em Lagoinha, como ele sabia onde ficava a praça da igreja? Ele me respondeu: "Toda cidade tem uma praça com uma igreja na frente, basta perguntarmos onde ela fica". Dito e feito. Comemos um salgado na padaria, que também fica na praça, e fomos embora.

Percurso

Distância percorrida: 91,42 km
Subida acumulada: 1.617 m
Descida acumulada: 1.331 m

Trajeto no wikiloc e no GPSies

O que gostaria de repetir desta viagem:
- Comer uma pizza no Cantinho dos Amigos
- Ver a Argentina perder (nada contra os argentinos, pois fui muito bem recepcionado quando estive em Buenos Aires, mas no futebol ...)

Notas:
* Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, estradas são vias não pavimentadas e rodovias são vias pavimentadas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Alongamentos

Para quem ainda não leu meus outros textos, eu voltei a pedalar depois de 8 anos afastado da bicicleta. A ansiedade fez com que eu pulasse algumas etapas e fosse testando o meu corpo até o limite. O resultado não poderia ser outro - dores no joelho.

Fui ao ortopedista (procurei um especializado em joelho). Qual foi o diagnóstico? A falta de alongamento causava uma zona de hiper-pressão na rótula fazendo com que ela inflamasse nas pedaladas. Não sei se consegui repetir exatamente o que o médico me disse mas o que importa é que preciso fazer alongamento para o posterior da perna e coxa, todos os dias, mesmo sem pedalar. Foi então que o médico me receitou o livro "Alongue-se" de Bob Anderson.

Gostei muito deste livro. Ele explica como alongar cada parte do corpo e depois separa os alongamentos por tipo de prática esportiva, incluindo o ciclismo.

É possível ler alguns trechos do livro no Google Books. Aqui está o link.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Levantamento de percursos para cicloturismo - Mais detalhes

Recebi um comentário no texto "Levantamento do percurso para a cicloviagem" pedindo mais informações de como fazer o levantamento de percursos para cicloviagens.

Antes de fazer o levantamento no Google Earth eu recomendo procurar "tracklogs" existentes na internet. Clique aqui para ter acesso à lista de sites que conheço. Não havendo o percurso que você procura, então passamos para o Google Earth.

Para quem nunca usou o Google Earth, recomendo a leitura do tutorial "Navegação pela Terra".

O Google Earth trabalha com camadas (clique no link para mais informações). A seguir vou listar as mais importantes para o levantamento de um percurso em estrada ou rodovia.

A camada "Marcadores" contém cidades, distritos, vilas, povoados, etc. Alguns marcadores só aparecerão na imagem para determinados níveis de zoom. Por exemplo, ao visualizar todo o estado de São Paulo, apenas as maiores cidades irão aparecer. Conforme você aumenta o zoom, cidades menores aparecerão.

A camada "Locais de interesse" contém lugares, empresas, estações de transporte público, montanhas, parques e campos de golfe.

A camada "Estradas" contém rodovias, estradas e ruas. Assim como a camada "Marcadores", será necessário aumentar o zoom para visualizar caminhos de menor importância. É preciso um pouco de cuidado com relação às estradas de menor importância (linhas cinzas) pois podem ser caminhos de propriedades particulares ou até um caminho temporário que não existe mais. Veja a imagem abaixo. Não conheço este local mas é possível perceber uma zona desmatada com vários caminhos em seu interior. Este é um exemplo típico de cultura de eucaliptos (para fabricação de papel, etc) e estes caminhos são para sua extração. Provavelmente será uma propriedade privada com acesso restrito.


Outra camada muito importante é a "wikiloc". Ao ativar esta camada você poderá visualizar ícones no início de caminhos publicados por usuários deste serviço. Na imagem abaixo você pode ver um exemplo de um caminho para "off-road" e outro para MTB. Ao clicar sobre o ícone, aparecerá uma janela com as informações do trajeto e o link "Display track on the map". Ao clicar neste link, o trajeto será mostrado no Google Earth. Você pode visualizar quantos percursos quiser.


Por último, a camada "Google Earth Community" contém informações compartilhadas por usuários do Google Earth. Também é preciso cuidado ao usar esta camada pois não é completamente confiável.

Se mesmo com as camadas acima ainda não foi possível definir o caminho para sua cicloviagem então será preciso fazer uma interpretação das imagens. Não é possível criar regras bem definidas para este tipo de interpretação mas vou deixar alguns exemplos aqui. Apenas com a prática será possível melhorar sua interpretação de imagem de satélite. Comece praticando com imagens de locais que você conhece, tentando identificar rodovias, estradas, ruas, vegetação, construções, automóveis, rios, linhas de Alta Tensão, etc.

Veja na imagem abaixo o primeiro exemplo. Nela é possível ver uma rodovia, uma estrada e alguns veículos. É possível diferenciar a rodovia (asfalto) da estrada (terra) pela cor.


Na imagem abaixo é possível ver um rio, um lago, uma ponte e uma vegetação densa.


Na imagem abaixo é possível verificar uma linha bem tênue entre a vegetação densa (entre as linhas amarelas). Com um pouco mais de treinamento é possível perceber que esta linha é a continuação da estrada no canto superior direito. Esta interpretação é difícil e sua confiabilidade é mais baixa, portanto, tenha sempre um percurso ou plano alternativo.


O próximo passo é traçar o percurso desejado. Veja aqui como traçar caminhos no Google Earth. Começe traçando uma linha entre dois pontos de interesse, que servirão de guia para você não se afastar muito do seu objetivo. Veja imagem abaixo.


Depois disso, vá desenhando o percurso sobre a estrada ou rodovia pretendida. Quando encontrar uma bifurcação, prefira a que aponta em direção à linha guia que você traçou. Algumas vezes a estrada irá acabar sem chegar ao destino pretendido. Neste caso volte até a bifurcação anterior e continue no outro sentido. Esta tarefa é bem trabalhosa.

Após traçado o percurso, utilize a função de "perfil de elevação" para ter uma noção melhor da dificuldade do trajeto.

Uma vez criado o percurso, salve-o no formato KML e abra no software GPStm para fazer o upload em seu GPS.

Cuidado com as limitações de seu GPS. Uma vez fiz o upload de um percurso com 670 pontos no meu GPS mas ele só aceita 500 pontos. O resultado foi que ficaram faltando os 170 últimos pontos do trajeto. Consegui me virar mas quase acabou com a viagem. Para contornar este problema, divida o percurso em trechos de 500 pontos ou diminua a resolução do trajeto (o GPStm faz isso).

Acima está o básico para você fazer seu levantamento. Como disse, só é possível melhorar a interpretação de imagens com a prática.

Se precisarem de ajuda para alguma tarefa específica e eu tiver o tempo e conhecimento disponível, pode ter certeza que ajudarei, com o maior prazer.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ilhabela - Estrada de Castelhanos

Um pouco sobre Ilhabela

Vista do canal entre São Sebastião e a Ilha de São Sebastião (à direita), retirada do siteKitesurf Mania
Ilhabela é o único município-arquipélago marinho do Brasil e sua ilha principal, Ilha de São Sebastião, possui um relevo bem acidentado, com pontos culminantes de até 1379 metros. O arquipélago tem área superior à 340 km². A vegetação predominante é a Mata Atlântica e ainda está bem preservada. São 36 km de praias, sendo algumas acessíveis apenas por mar. As cachoeiras são abundantes. Suas características e belezas naturais são um convite para a prática de esportes náuticos ou de aventura. A região ainda reserva um bom número de histórias, mistérios e lendas envolvendo piratas, escravos, naufrágios, almas penadas e discos voadores. Entre os naufrágios ocorridos em Ilhabela está o maior da América do Sul – O transatlântico espanhol Príncipe de Astúrias naufragou em março de 1916 tirando a vida de 477 pessoas.

Para o leitor que quiser se aprofundar sobre as histórias do arquipélago, ou sobre os naufrágios, pode encontrar maiores informações nos livros "Ilhabela - Seus Enigmas" de Jeannis Michael Platon e "Príncipe de Astúrias" de José Carlos Silvares e Luiz Felipe Heide Aranha Moura.

A viagem até São Sebastião

Eu e uma amiga partimos bem cedo de Campinas. De carro, com as bicicletas amarradas no suporte e equipamento de camping no porta-malas, seguimos pela rodovia D. Pedro I. Até Jacareí foram 135 km, incluindo um pedágio no município de Itatiba. Os 23 km seguintes foram pela rodovia Carvalho Pinto, passando por mais um pedágio. Até este ponto o caminho foi tranquilo devido as ótimas condições das duas rodovias, fazendo valer os pedágios pagos. Continuamos a viagem, agora acompanhados pelo carro de outro amigo, pela rodovia dos Tamoios, estrada com poucos pontos de ultrapassagem e de mão-dupla. Não há nenhum pedágio nos 75 km até Caraguatatuba entretanto as condições da via não eram tão boas quanto as encontradas nas rodovias anteriores. Os últimos 25 km seguimos pela Rio-Santos, até São Sebastião, onde faríamos a travessia de balsa, até Ilhabela.

Informações de 2001, portanto desatualizadas.

Vencendo o medo

Meu primeiro desafio do passeio foi antes mesmo de começar a trilha, já na travessia da balsa, pois tenho fobia de grandes concentrações de água. Os minutos de espera pela balsa foram tensos. Eu procurava me acalmar mas experimentava um sentimento misto, de ansiedade e medo. Iniciado o embarque, respirei fundo e conduzi o carro até o local indicado para o estacionamento. Procurei me distrair, conversando com os amigos, o que me ajudou muito.

Preparativos

Chegamos em Ilha Bela e nos dirigimos para o camping. Já no camping, começamos os preparativos para a trilha: equipamentos de proteção, protetor solar, lanche, água potável, anti-histamínico - é, além do medo de água ainda enfrentaria um dos meus maiores inimigos, o borrachudo. Quando criança já precisei ir ao hospital devido a uma reação alérgica à picada deste inseto, abundante em algumas regiões do litoral paulista.

Força, amigo!

Com as bicicletas à postos, partimos em direção à Castelhanos, praia do lado leste da ilha. A estrada é de terra e bem arborizada, o que impedia os raios solares de alcançarem o solo, deixando-o bem úmido. O primeiro trecho é uma subida contínua, chegando a pouco mais de 700m acima do nível do mar. Na portaria do parque estadual de Ilhabela, ainda no começo da estrada, fizemos uma pausa para tirar algumas fotos, fazer um pouco mais de alongamentos e abastecer as caramanholas. O trânsito de veículos motorizados na estrada é bem pequeno. Não é qualquer carro ou motorista que consegue transpor todos os obstáculos encontrados ao longo do percurso. A subida foi relativamente tranquila, sem contratempos, afinal, todos ainda estavam com muita energia.

Hora do Downhill

Superado o trecho de aclive chegou a vez do downhill. O começo da descida foi bem divertido, com muita velocidade. As curvas e barrancos começaram a exigir um controle maior da velocidade das bicicletas. A grande quantidade de lama, buracos, pedras, e o receio de veículos no sentido contrário começaram a nos exigir uma atenção maior ainda. Logo as mãos, punhos, braços, ombros e pescoço começaram a doer, devido ao esforço contínuo de acionamento dos freios e à tensão causada pela dificuldade da trilha. A única coisa que eu desejava no momento era um freio a disco.

Apesar de desgastante estávamos curtindo bastante a descida, quando de repente surge um grito do nada: "SAI DA FREEEEENTE!". Com um pedido tão educado, retirei-me para o canto da estrada, e então passou um vulto, vestido de ciclista, um Downhiller. Passado o susto, continuamos a descida por locais onde até um jipe tinha dificuldades de passar. Um pouco mais à frente cruzamos com uma pick-up. Dentro dela estavam: o motorista e o downhiller que tinha passado por nós. O downhiller estava com o equipamento de proteção completo, de dar inveja a qualquer cavaleiro medieval. Na caçamba da camihonete ... uma bela máquina de duas rodas. Continuamos nossa descida e não demorou muito para o silêncio ser quebrado novamente: " A FREEEEENTE!". Lá se vai o downhiller descida a baixo, mais uma vez.

Finalmente chegamos ao final da descida. Nossa próxima tarefa: atravessar um rio raso, de água cristalina e gelada, e com fundo preenchido de pedras lisas. Na outra margem estava um grupo de cavaleiros. A tentação de atravessar o rio pedalando foi tão grande que não resistimos. Pegamos um bom embalo e entramos no rio. No meio da travessia os pedais estavam submersos e pedalar nesta situação exigia um esforço muito grande. Não tinha como continuar, então a outra metade do rio foi transposta com a bicicleta no ombro. Pelo menos ninguém caiu. Depois de conversar um pouco com os cavaleiros, seguimos o passeio. Foi então que encontramos uma poça de água da chuva, enorme. "Desviar pra quê?", pensamos. Passamos por dentro dela em alta velocidade, indo parar lama até dentro da orelha.


Enfim, Castelhanos

Imagem da baía de Castelhanos, retirada do site Kitesurf Mania

Chegamos! A paisagem era fantástica e nos fez esquecer que ainda teríamos que enfrentar o esforço do retorno. Um quiosque de sapê, no meio da praia, nos forneceu abrigo contra o sol. É claro que não poderia faltar um bom banho no mar, até porque precisávamos tirar todo aquele barro do corpo. Ainda vislumbrados pela beleza da região, fomos recebidos para um banquete, pelo menos para os borrachudos. Eles estavam se deliciando com nosso sangue e nos lembravam que estava na hora de partir. Infelizmente não tivemos tempo de explorar toda a praia, que merecia pelo menos um dia inteiro.

Subida a pé

Estávamos ainda no início do retorno quando escorreguei com o pneu da frente em uma pedra. Não consegui desencaixar a sapatilha do pedal e levei um tombo. Ainda no chão, tentava desencaixar a sapatilha mas não conseguia. Eu usava um modelo de pedal de encaixe da Shimano que era muito fechado e acumulava muita lama. O resultado não podia ser outro, tinha tanta lama acumulada que o sistema de desencaixe travou. Só consegui me levantar após ter recebido a ajuda de minha amiga para desencaixar a sapatilha. A queda me deixou com a coxa um pouco dolorida, mas só.

Pouco tempo depois foi a vez da minha amiga. Após o pneu traseiro girar em falso sobre uma pedra lisa, a bicicleta escorregou de lado, levando-a de encontro ao chão. A queda foi severa com ela e deixou várias escoriações na perna e muitas pedrinhas cravadas no joelho. Com o joelho doendo muito, ela não conseguia mais pedalar. Tivemos que fazer a subida a pé. Nesse momento já não tínhamos mais contato visual com o 3º integrante pois ele tinha ido na frente. Foram pouco mais de 10 km de subida a pé e empurrando a bicicleta, em terreno enlameado e com muita pedra. Tivemos que parar por vários momentos por causa das dores que a minha amiga estava sentindo. O odômetro da bicicleta progredia muito devagar e o desânimo, muito depressa. A situação ainda estava piorando, estava esfriando, a fome começava a ficar intensa e o cansaço não nos dava trégua. Nosso objetivo principal era terminar a subida pois poderíamos fazer a descida montados na bicicleta, visto que a amiga não precisaria pedalar. Muito tempo depois conseguimos alcançar o final da subida e re-encontrar o nosso amigo. A conclusão da subida foi muito comemorada, precipitadamente.

Descida a pé

Explicado todos os acontecimentos para o amigo e aliviados por ter conseguido alcançar o topo da trilha, apressamo-nos a iniciar a descida. E então uma nova descoberta exauriu por completo nossos ânimos. Meus freios não funcionavam mais. As sapatas tinham sido integralmente consumidas na descida anterior – O desgaste havia sido acelerado pela grande quantidade de lama. Sem freios, só tinha uma coisa a fazer, descer a pé. Depois de ter feito mais de 10 km de subida a pé e empurrando a bicicleta eu não conseguia acreditar que teria que fazer mais 10 km de descida, também a pé. E o pior de tudo é que já estava escurecendo. Não tínhamos levado farol ou lanterna pois saímos muito cedo e prevíamos um retorno antes do entardecer. Minha cabeça era inundada por um único pensamento: "O que estou fazendo aqui?".

Antes que o pânico tomasse conta de nós tivemos que pensar em um plano emergencial. Decidimos que o Amigo seguiria de bicicleta, sozinho, para buscar o carro e nos resgatar. Eu desceria a pé e a Amiga me acompanharia de bicicleta. Plano em ação, logo a escuridão tomou conta de tudo e não enxergávamos além do próprio passo. Estávamos sozinhos, em uma ilha, numa região erma, cercados de Mata Atlântica por todos os lados. Apreensivos, os sentidos começaram a funcionar melhor, ou pior. Começamos a enxergar e escutar coisas estranhas. Num lugar com tantos mistérios começamos a acreditar que tudo era possível. Tornou-se difícil identificar o que era real e o que era imaginário. A passos largos, tropeçando no escuro e sem saber o que nos rodeava, chegamos à portaria do parque. Vimos faróis em nossa direção mas ainda estávamos apreensivos. Não tínhamos mais forças para nenhuma nova surpresa. Em dúvida se aquilo seria nosso resgate ou nossa perdição resolvemos arriscar e nos aproximamos do veículo. Ainda um pouco incrédulos e eufóricos reconhecemos o João, já com o carro para nos resgatar.

Basta por hoje

Enfim ... o camping. Preparamos um macarrão semipronto, com o sabor incrementado absurdamente pela fome que sentíamos. O banho de água morna em box de concreto parecia uma hidromassagem de um hotel 5 estrelas. O chão da barraca – frio, duro, irregular – não nos impediu de ter uma noite sensacional. Nunca tive tanto prazer em saciar necessidades tão básicas.

Depois de tanto sofrimento, uma pessoa normal ficaria um bom tempo no conforto da civilização, mas não foi o nosso caso. Uma semana depois já estávamos planejando a aventura seguinte, mas não antes de comprar um bom freio com sapatas reserva para ambiente molhado e de trocar meu pedal Shimano por um Time.

Percurso

No Wikiloc e no GPSies.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Taubaté - Templo Hare Crishna (Fazenda Nova Gokula)

Este foi um passeio que mais parecia um pesadelo, resultado da inexperiência dos participantes: eu e meu primo.

Éramos adolescentes quando começamos a nos aventurar em passeios de longa distância, a maioria por rodovias de fluxo muito baixo, quase inexistente. A grande maioria deles era nas proximidades de Taubaté - SP, pela facilidade de acesso que tínhamos. As bicicletas eram bem simples e baratas mas, felizmente, nunca nos deixou na mão.

Templo Hare Chrisna - Fazenda Nova Gokula (retirado do site Panoramio)


Interior do templo (retirado do site Panoramio)

Acordamos muito cedo naquele dia. O objetivo era ir até o templo Hare Chrisna na fazenda Nova Gokula que indicaram para nós. Tomamos nosso café da manhã, preparamos os lanches, pegamos um pouco de dinheiro e colocamos tudo nas mochilas. Não usávamos o tradicional uniforme de ciclismo mas sim bermudas, camisetas e tênis comuns. Nem sequer capacete usávamos naquela época, o que ilustra bem o nosso amadorismo (hoje em dia não saio mais sem capacete).

Não tínhamos muitas informações sobre o percurso e contávamos apenas com a coragem e o espírito de aventura, inerente dos adolescentes.

Tudo pronto, partimos com o nascer do sol, que estava espetacular naquele dia, prometendo ser inesquecível ... e foi.

Estação de Trem Campos do Jordão (retirado do site Panoramio)
Fomos até Pindamonhangaba pela Rodovia Amador Bueno da Veiga (SP 62). Em "Pinda", fomos até a estação do trem que vai para Campos do Jordão. Seguimos os trilhos do trem pela Rua Martin Cabral e depois viramos na Av. Dr. João Ribeiro.

Enquanto passávamos por uma fábrica da Coca-Cola, que hoje está desativada, fiz uma descoberta nada boa: "esquecemos as caramanholas no congelador". Nós colocamos as caramanholas no congelador, na noite do dia anterior, para manter a água gelada por um tempo maior e acabamos esquecendo de pegá-las pela manhã. Não valia a pena voltar e decidimos comprar água no caminho.

Rio Paraíba do Sul com a Serra da Mantiqueira ao fundo (retirado do site Panoramio)
Logo à frente cruzamos o rio Paraíba e então chegamos à Rodovia Dr. Caio Gomes Figueiredo (SP-132). Pedalamos mais uns 2 km e encontramos uma bifurcação. "E agora?", não lembrávamos direito o nome do local onde íamos mas vimos uma placa indicando Ribeirão Grande para a direita. Sabíamos que se continuássemos na rodovia acabaríamos chegando em Piracuama, então viramos à direita, na estrada Jesus Antônio de Miranda, sem muita certeza de estarmos no caminho certo. Pra falar a verdade a dúvida foi constante a partir deste ponto.

O dia já estava bem quente, com o sol muito forte. Quase não haviam nuvens no céu. O suor encharcava toda a roupa. Dava para ver o calor emanando do asfalto. Parecia até uma estrada do Vale da Morte, nos Estados Unidos, como nos filmes. Era um dia especialmente quente.

Em um certo momento paramos em uma casa de doces e compramos duas barrinhas de doce de leite. Na verdade o doce era só uma desculpa para filar a água do estabelecimento e descansar um pouco sob a sombra da grande varanda que lá tinha. Mais a frente paramos num bar para comprar água.

Passamos por um trecho com muitos Eucaliptos, que nos ajudaram a enfrentar o calor, com suas sombras.

Percorremos um pouco mais de 20 km desde "Pinda" e já estávamos morrendo de fome. O asfalto terminava aqui. O caminho continuava em frente mas resolvemos seguir um pouco por uma estrada à esquerda, até um bar. Abrimos a mochila e pegamos nossos lanches. Foi engraçada a cara que fizemos, um para o outro, quando vimos os lanches. Eles estavam finos como um pastel, compactados pelas outras coisas da mochila. Apelidamos o lanche de "pãoqueca".

Rio ao lado do bar, final do asfalto (retirado do site Panoramio)

Aproveitamos o rio que havia ao lado do bar para nos refrescarmos um pouco.


Após um ótimo repouso seguimos pela estrada que levava ao templo. Só tinha um problema ... não sabíamos o caminho e neste ponto já não tínhamos o asfalto para nos guiar. Começou a surgir uma bifurcação atrás da outra. Continuamos sem saber se estávamos no caminho certo, até que cruzamos o rio. A estrada se perdia entre o grande número de árvores e já desconfiávamos ter pego o caminho errado.

"No stress, sô aperreio", já sem dinheiro, depois de 40 km pedalados, decidimos voltar, mas não antes de aproveitar vários "single tracks" que haviam no local. Depois viemos a descobrir que o caminho era aquele mesmo e que quase chegamos lá, faltando apenas alguns metros.

O retorno até "Pinda" não teve surpresas, a não ser o cansaço que começava a nos dominar. Não estávamos habituados a longos passeios.

Já quase saíndo de "Pinda", em direção à Taubaté, encontramos uma bifurcação e uma placa de sinalização. Ela apontava para a direita, para Tremembé. Cansados, com nuvens negras no céu ameaçando uma enorme tempestade, seguimos rumo a Tremembé, achando que este seria o menor caminho de volta. Só tenho uma coisa a dizer: "Duas cabeças de jerico!". Com isso foram acrescentados 3 km ao nosso percurso.

Logo que entramos na rodovia, rumo à Tremembé, a tempestade começou. Ventava muito, e é claro, contra nós. As gotas de chuva eram enormes e chegavam a doer na pele. Não dava para enchergar nada à frente. Só desejávamos chegar em casa antes de uma possível chuva de graniso.

"Dinheiro, dinheiro ...", comecei a gritar, quando encontrei alguns reais perdidos a muito tempo, num dos bolsos da bermuda.

Com muito frio, cansaço e fome, chegamos à Tremembé. Paramos no primeiro bar que achamos e gastamos aquele dinheiro achado. Conseguímos comprar duas coxinhas. Irradiantes de felicidade por poder preencher um pouco daquele enorme vazio que tínhamos no estômago, pegamos o pote de catchup e apontamos para a coxinha: "peraí, este catchup está com uma consistência estranha". Pimenta, tinha acabado de encher minha coxinha com pimenta. Sem mais nenhum dinheiro para comprar outra coxinha, o jeito foi comer aquela mesmo. Pelo menos o frio se foi, ou a sensação dele.

Um detalhe interessante é que dentro do bar tinha uma cascata. Não era uma cascata artificial e sim um vazamento torrencial no telhado furado. Bem, estávamos ambos molhados mesmo ...

De Tremembé até Taubaté o percurso foi completado com muita cantoria, em voz alta, para espantar o cansaço.

"Home, sweet home", chegamos, no final da tarde. Nós estávamos imundos e sem energia pra nada, nem para um banho. A solução foi enfiar uma colher de açúcar na boca e dormir no chão duro do quarto. Sem travesseiro, sem cobertor, sem colchão e sem noção ... foi um dos melhores sonos que tive na minha vida.

Se fosse resumir este "passeio" em poucas palavras, eu diria: Calor, sede, fome, 81 km, cansaço, frio e muita diversão. Um pouco contraditório mas a mais pura verdade.

Publiquei o percurso no Wikiloc e no GPSies.

Mais informações sobre o local

A rodovia Jesus Antônio de Miranda, além de levar à várias atrações do Núcleo Turístico do Ribeirão Grande, como trilhas, riachos e cachoeiras ao pé da Serra da Mantiqueira, também é um roteiro gastronômico com comida caseira, peixes, massas, doces caseiros, etc. (fonte: Portalpinda). Estão previstas obras de recuperação na rodovia (fonte:Agoravale, 05/10/2009).

No site Pindavale há bastante informação sobre as várias atrações turísticas da região.

Taubaté é a cidade natal de José Bento Renato Monteiro Lobato. Na cidade, é possível visitar o Museu Monteiro Lobato.

A fazenda Nova Gokula tem um serviço de camping e hospedagem, mas atenção ao fato do lugar ter um clima de retiro espiritual. Se sua intenção é fazer bagunça com os amigos, não vá!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Levantamento do percurso para a cicloviagem

Sempre gostei muito de mapa. Tenho muitos mapas topográficos do IBGE. Compro um mapa local de toda cidade que visito (desde que exista). Quando lançaram o Google Earth eu quase enlouqueci. Passo horas no GE procurando estradas para minhas viagens. Foi assim que fiz o levantamento do percurso.

No Google Earth tem uma camada que se chama "wikiloc". Quando você habilita esta camada, é possível visualizar no GE alguns "tracklogs" de gps que os usuários colocam no site. Além do wikiloc eu pesquisava "tracklogs" em fóruns de gps também. Ainda não conhecia o Bikers Brasil e o GPSies, por isso não os usei na pesquisa do percurso. Os "tracklogs" ajudam mas a maioria do percurso foi traçada apenas com a análise das imagens do GE. A maioria desta região pela qual passei tem imagens de boa resolução, sendo possível distinguir entre uma rodovia (pista asfaltada) e uma estrada (pista de terra).

Agora, com o lançamento recente da versão 5.2 do GE, ficou melhor ainda pois dá para ver o perfil de elevação também. Muito bom para saber se o trajeto vai ter muita subida ou não.

Uma vez terminado o levantamento eu convertia o arquivo do GE (.kml) para o formato do meu GPS e fazia o upload nele.

Atribuo o sucesso da minha viagem à este processo de levantamento do trajeto e ao GPS, que me guiou muito bem. Se não fosse a porteira que encontrei em uma parte, teria sido perfeito. Querer enxergar porteiras no GE já é pedir demais.